quinta-feira, 28 de abril de 2011

Belchior deixa Uruguai e deve retornar ao Brasil

O cantor e compositor Belchior deixou a cidade uruguaia de San Gregorio de Polanco, a 364 km da capital Montevidéu, às 14h30 de ontem. Ele afirmou aos moradores do lugar, que tem 3.000 habitantes, que voltaria ao Brasil.

Foi o que o cearense disse a César Caétano, dono do conjunto de chalés Lugarcito, ao realizar o check-out. Ali, segundo afirmou o proprietário à Folha, Belchior esteve hospedado com sua mulher, Edna Assunção de Araújo, desde 7 de julho.

No armazém Las Cadenas, onde o casal costumava comprar alimentos e outros produtos, o que se conta é que, na sexta-feira passada, eles haviam dito que levariam pouca coisa, por já estarem se preparando para "voltar ao Brasil".

O jornalista do famoso canal de televisão local CATV José Antonio Pereira afirma que conversou com Belchior há dez dias. "Ele disse que estava em contato com pessoas do Brasil e que planejava ir embora."

"Estardalhaço"

No Lugarcito, o artista deixou boas lembranças. "Ele era um hóspede como todos os demais. Fui saber que era famoso pelo que me contaram", diz Magdalena Rodríguez, mulher de Caétano. O estabelecimento cobra diária de 750 pesos (cerca de R$ 63).

De acordo com os moradores, o cantor não se comportava como alguém que estivesse se escondendo: encontrou artistas da região e estabeleceu contatos com o prefeito da cidade e autoridades culturais do Uruguai.

Entre os planos futuros de Belchior no Uruguai estava um show a ser realizado em março de 2010 no Teatro Solís, em Montevidéu. A última apresentação do cantor na capital foi em julho deste ano.

Apesar de esse ser, agora, o centro das conversas no povoado, os moradores vivem com desconcerto o súbito interesse pelas atividades de Belchior na cidade. Não conseguem entender a razão do "estardalhaço", como qualifica Pereira. "Coitado, por que não o deixam viver em paz?", diz Rodríguez. Ela comenta que o compositor, durante sua estadia no lugar, se dedicava a escrever. "Tinha um caderno cheio de composições", diz Caétano.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

3 anos depois, Belchior continua sumido, será que continua no Uruguai ?

Uma matéria especial exibida no Fantástico do último domingo (24) levantou uma dúvida entre familiares, amigos e fãs de um dos maiores cantores e compositores da história da nossa MPB: onde está Belchior?



Na reportagem, a equipe da revista eletrônica da Rede Globo localizou o artista cearense, que foi visto pela última vez há quatro meses, quando deu uma palinha em um show de Tom Zé em Brasília. Mas levantou dados interessantes sobre seu desaparecimento: Belchior não fez check-out do hotel onde viveu por mais de um ano, em São Paulo; abandonou um de seus carros, uma Mercedes, no estacionamento; e largou seu outro carro no estacionamento do aeroporto de Congonhas.


Além disso, afirmou a matéria, o ateliê de pintura do cantor localizado na capital paulista está com a caixa de correio lotada e não há sinal de que ele tenha passado pelo endereço.

A família do cantor afirma que os últimos contatos deles com Belchior foram feitos em 2007, quando ele falava sem parar em uma guinada na sua carreira. Vários produtores, empresários e antigos parceiros do cantor também não sabem de seu paradeiro.

À Palo Seco





Se você vier me perguntar por onde andei
No tempo em que você sonhava.
De olhos abertos, lhe direi:
- Amigo, eu me desesperava.
Sei que, assim falando, pensas
Que esse desespero é moda em 73.
Mas ando mesmo descontente.
Desesperadamente eu grito em português:
2x (bis)
- Tenho vinte e cinco anos de sonho e
De sangue e de América do Sul.
Por força deste destino,
Um tango argentino
Me vai bem melhor que um blues.
Sei, que assim falando, pensas
Que esse desespero é moda em 73.
E eu quero é que esse canto torto,
Feito faca, corte a carne de vocês.
(2x)

Principais sucessos de Belchior

Entre as várias músicas que fizeram sucesso de Belchior, vale destacar: A Palo Seco, Alucinação, Antes Do Fim, Apenas Um Rapaz Latino Americano, Brasileiramente, Coração Selvagem, Divina Comédia Humana, Fotografia 3 X 4, Galos, Noites e Quintais, Na Hora Do Almoço, Paralelas, Pequeno Mapa Do Tempo, Populus, Retorica Sentimental, Saia do Meu Caminho, Sujeito De Sorte, Todo Sujo de Batom, Tudo outra vez e Velha Roupa Colorida.

Discografia

1971 - Na Hora do Almoço (Copacabana - Compacto)
1974 - Mote e Glosa (Continental - LP)
1976 - Alucinação (Polygram - LP/CD/K7)
1977 - Coração Selvagem (Warner - LP/CD/K7)
1978 - Todos os Sentidos (Warner - LP/CD/K7)
1979 - Era uma Vez um Homem e Seu Tempo / Medo de Avião (Warner - LP/CD/K7)
1980 - Objeto Direto (Warner - LP)
1982 - Paraíso (Warner - LP)
1984 - Cenas do Próximo Capítulo (Paraíso/Odeon - LP)
1987 - Melodrama (Polygram - LP/K7)
1988 - Elogio da Loucura (Polygram - LP/K7)
1991 - Divina Comédia Humana (MoviePlay - CD)
1993 - Bahiuno (MoviePlay - CD)
1996 - Vício Elegante (Paraíso/GPA/Velas - CD)
1999 - Auto-Retrato (BMG - CD)
1999 - Alucinação

Quem é Belchior

Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes, nasceu em Sobral, Estado do Ceará, em 26 de outubro de 1946, é um cantor e compositor brasileiro. Foi um dos primeiros cantores de MPB do nordeste brasileiro a fazer sucesso nacional, em meados da década de 1970.

Durante sua infância no Ceará foi cantador de feira e poeta repentista. Estudou música coral e piano com Acaci Halley. Seu pai tocava flauta e saxofone e sua mãe cantava em coro de igreja. Tinha tios poetas e boêmios. Ainda criança, recebeu influência dos cantores do rádio Ângela Maria, Cauby Peixoto e Nora Ney. Foi programador de rádio em Sobral. Em 1962, mudou-se para Fortaleza, onde estudou Filosofia e Humanidades. Começou a estudar Medicina, mas abandonou o curso no quarto ano, em 1971, para dedicar-se à carreira artística. Ligou-se a um grupo de jovens compositores e músicos, como Fagner, Ednardo, Rodger Rogério, Teti, Cirino entre outros, conhecidos como o Pessoal do Ceará.
De 1965 a 1970 apresentou-se em festivais de música no Nordeste. Em 1971, quando se mudou para o Rio de Janeiro, venceu o IV Festival Universitário da MPB, com a canção Na Hora do Almoço, cantada por Jorge Melo e Jorge Teles, com a qual estreou como cantor em disco, um compacto da etiqueta Copacabana. Em São Paulo, para onde se mudou, compôs canções para alguns filmes de curta metragem, continuando a trabalhar individualmente e às vezes com o grupo do Ceará.

Em 1972 Elis Regina gravou sua composição Mucuripe (com Fagner). Atuando em escolas, teatros, hospitais, penitenciárias, fábricas e televisão, gravou seu primeiro LP em 1974, na gravadora Chantecler. O segundo, Alucinação (Polygram, 1976), consolidou sua carreira, lançando canções de sucesso como Velha roupa colorida, Como nossos pais (depois regravadas por Elis Regina) eApenas um rapaz latino-americano. Outros êxitos incluem Paralelas (lançada por Vanusa), Galos, noites e quintais (regravada por Jair Rodrigues) e Comentário a respeito de John (homenagem a John Lennon) gravada por ele e pela cantora Bianca. Em 1983 fundou sua própria produtora e gravadora, Paraíso Discos, e em 1997 tornou-se sócio do selo Camerati. Sua discografia inclui Um show – dez anos de sucesso (1986, Continental) e Vicio elegante (1996, GPA/Velas), com regravações de sucessos de outros compositores.

Desaparecimento

No ano de 2009, a Rede Globo noticiou um suposto desaparecimento do cantor. Segundo a Globo, o cantor havia sido visto pela última vez em Abril de 2009, ao participar de um show do cantor tropicalista baiano Tom Zé, realizado em Brasília.Turistas brasileiros afirmam terem-no encontrado no Uruguai em julho do mesmo ano. As suspeitas foram confirmadas quando Belchior foi encontrado no Uruguai, de onde concedeu entrevista para o programa Fantástico, da Rede Globo. Na entrevista, o cantor revelou não haver desaparecido e estar preparando, além de um disco de canções inéditas, o lançamento de todas as suas canções também em espanhol.